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8.11.16

As melhores lições que aprendi na praxe


Sempre que pensar na praxe, lembrarei-me que esta foi umas das melhores fases que já vivi em toda a minha vida de estudante.

É muito difícil explicar às "pessoas de fora" o que realmente é a praxe, só quem a viveu e sentiu é que consegue compreender. Por isso, ao invés de fazer mais um post sobre o motivo pelo qual a praxe é boa ( porque já existem mil e um posts destes na Internet e, ainda assim, quem é contra a praxe continua contra a praxe. Além disso, já falei várias vezes sobre a praxe no blog, quem quiser ver, pode ver aqui) decidi escrever sobre as melhores lições que aprendi enquanto vivia esta grande tradição universitária.


1. Num curso, independentemente da rivalidade que exista, tem que existir união: Umas das primeiras coisas que se aprende na praxe é a união. Aliás, na praxe de Enfermagem da UM, tínhamos o lema " caloiro é só um", o que significa que nós devíamo-nos comportar como um só, dentro e fora da praxe. Se algo acontecesse a um caloiro, a responsabilidade era de todos os caloiros, se algum caloiro fizesse asneiras, a culpa era, de certa forma, de todos os caloiros, devíamo-nos ajudar e apoiar uns aos outros, ... Foi umas dos valores mais importantes que aprendemos na praxe mas, infelizmente, poucos eram aqueles que praticavam isto fora da praxe. Existia muito união na praxe, mas fora desta continuou a existir a típica rivalidade que existe em todas as turmas ( tal como já referi aqui ).

2. Dizer não: Ao contrário do que muita gente pensa, na praxe também se aprende a dizer não. Aliás, tive muitas praxes em que os Doutores nos testavam e faziam coisas para ver se nós dizíamos "não" ou ainda não sabíamos respeitar os nossos próprios limites. Os nossos Doutores sempre nos ensinaram a importância de saber dizer "não" na vida, sem dar qualquer tipo de justificação, simplesmente porque estávamos no nosso direito.

3. Solidariedade: O lema " caloiro é só um um" também implica ajudar o próximo sempre que este precise, quer seja ajudar em algum problema que este tenha, estudar com ele, ou apenas oferecer um abraço ou palavras de conforto. Aliás, tínhamos outro lema, que era " caloiro é solidário" que se aplicava, por exemplo, quando um caloiro estava a fazer flexões, o resto do " bloco" juntava-se a fazer também. E isto é algo que não se aplica apenas na praxe nem apenas com os nossos colegas de universidade, mas com todas as pessoas que se cruzarão connosco ao longo da nossa vida. Devemos ajudar mesmo sem receber nada em troca, apenas porque o outro se encontra com algum tipo de necessidade, e nunca sabemos se algum dia estaremos na mesma situação e não precisaremos também de ajuda. O primeiro passo para um mundo melhor é mudar o nosso mundo e o que nos está mais próximo.

4. Amizade: Os amigos são uma das coisas mais valiosas que temos e, apesar de já saber isso, a praxe confirmou este facto. Os nossos amigos são a família que escolhemos, aqueles que nos compreendem, nos apoiam e nos ajudam mesmo não tendo ligações de sangue connosco. São sobretudo bastante importantes na Universidade, porque estar na Universidade pode ser bastante solitário, principalmente para quem está noutra cidade ( e está sem a família,  sem os amigos de infância...), mas também para aqueles que estudam na sua cidade natal porque, por vezes, temos que estar bastante tempo na faculdade, e mal vemos a nossa casa ou os nossos pais. Por isso, ter suporte social na universidade é bastante importante.

5. Rirmo-nos de nós próprios: A praxe também me ensinou que não há mal nenhum em rirmo-nos das nossas próprias parvoíces ou asneiras, na verdade, até é bastante importante e saudável. Fiz tantas " figuras tristes" nas praxes e, de facto, era tudo mais divertido quando eu tinha capacidade de me rir de mim própria.

6. Encarar a vida com mais alegria: Muitas pessoas, quando atingem a idade adulta, acham que têm que ser sérias e encarar tudo com seriedade, o que é errado. Há sempre um espaço para sorrisos, para rir, para descontrair, para sair com os amigos, enfim, para nos divertirmos. Não nos devemos levar demasiado a sério, nem encarar a vida com tanta seriedade, temos que saber encarar o nosso caminho de forma positiva e alegre.

7. Há sempre uma criança dentro de nós: Mais uma vez, um pouco relacionado com o ponto anterior, lá por nos tornarmos adultos não significa que tenhamos de ser sérios a toda a hora. Há sempre uma criança dentro de nós, por isso, há sempre espaço para brincadeiras, parvoíces, gargalhadas e caprichos. No meu curso, tive imensas praxes em que me comportei como uma criança, rebolei, saltei, recordei jogos de infâncias, até tive uma praxe de pijama...

8. Trabalho de equipa: Desengane-se quem pensa que só existem trabalhos de grupo na escola e universidade, estes vão existir durante toda a nossa vida ( principalmente em muitos empregos), e chama-se " trabalho em equipa". Na praxe, o trabalho de equipa foi sempre algo fundamental, principalmente na altura da Latada e do Cortejo, em que os caloiros têm que escrever músicas juntos, organizar coreografias, pintar faixas... Mesmo no dia a dia da praxe, o trabalho de equipa é algo sempre presente, uma vez que fazíamos inúmeros jogos que o incentivam. Os nossos Doutores sempre reforçaram esta ideia de trabalhar em equipa, algo que é muito importante em todos os aspetos da nossa vida.

9. Respeito: O respeito é algo bastante importante que, infelizmente, é um valor frequentemente esquecido nos dias de hoje. Na praxe, é uma das primeiras coisas que aprendemos, que devemos respeitar os nossos colegas, mesmo que nem simpatizemos muito com eles ou nem gostemos deles. E, tal como devemos respeitar os nossos colegas, devemos respeitar os nossos Doutores, professores e, mais tarde, colegas de trabalho, patrão... Aliás, devemos respeitar todas as pessoas que se cruzem connosco.

10. A vida é a pior praxe: Muitos criticam a praxe, que " é desumana, é humilhante" e outras coisas que não são verdade ( porque praxes humilhantes não são praxes, são abuso), porém esquecem-se que a vida é a pior praxe. Apesar de a nossa praxe ser a mais leve e com mais jogos da nossa universidade, os nossos Doutores, em praxes menos boas, relembravam-nos sempre que a vida é a pior praxe, que vamos passar por obstáculos muito maiores, por muitas injustiças, por muitos problemas, por muitas coisas que nos vão pôr à prova.... O que fazemos e aprendemos na praxe é apenas uma pequena amostra da vida real.


E vocês?  Que lições é que aprenderam com a praxe?

( Foto: Jornal de Notícias)

16 comentários:

  1. Aproveita pois são os melhores tempos da tua vida!

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    1. Obrigada, mas os tempos da praxe já acabaram para mim, mas foram muito bem aproveitados :).

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  2. Oi Cherry, tudo bem?
    Já li seus posts sobre a praxe e eu gostaria muito que você me explicasse o que é a praxe, sou brasileira e ainda não entendi esse conceito.
    Bjus e espero ansiosa sua resposta!
    Fabi

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    1. Eu vou responder à tua dúvida no teu blog :).

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    2. Oi Cherry!
      Obrigada por responder minha pergunta. Aqui no Brasil temos algo muito parecido. Temos os calouros, que são chamados de "bixos" (com "x" mesmo), que está passando seu primeiro ano de graduação e é visto como “novato”. Aos bixos de todos os cursos, a recepção por parte dos alunos antigos, ou veteranos, é feita através de diferentes formas.
      Os trotes são como rituais de “iniciação” do bixo na universidade. Aplicados pelos veteranos, os trotes podem consistir em diferentes planos, como as comuns ovadas e sujeiras coletivas, trotes solidários (com doações de sangue coletivas, entre outros), ou brincadeiras relacionadas ao curso no qual o estudante está ingressando.

      Nos trotes mais comuns, os alunos pintam a cara, mancham suas roupas, tomam ovadas acompanhadas de farinha e muitos outros ingredientes mirabolantes e saem, segundo a supervisão dos veteranos, pelas ruas ao redor da universidade para fazer atividades bizarras como pedir dinheiro no semáforo, dançar em público, entre outros.
      Mas, no Brasil não é o aluno novato que escolhe participar ou não, todos entram na dança, principalmente na primeira semana de aula, por isso alguns alunos costumam faltar às aulas nesse período.
      Algumas vezes os trotes passam do limite e não é raro as notícias de violência ou até morte (nos casos mais violentos), por isso nos últimos anos as universidades estão coibindo os trotes violentos e incentivando os trotes solidários (doação de sangue, arrecadação de alimentos, etc).
      Bjinho e obrigada!
      Fabi

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    3. Têm algo bastante parecido então. Aqui em Portugal, também existem praxes assim, em que sujam os alunos, fazem doações de comida e assim, essas atividades bizarras xD....
      Basicamente, quase que só muda o nome daí para o Brasil :).
      Infelizmente, há sempre alunos que não sabem brincar, o que leva a esses incidentes infelizes....
      De nada :).

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  3. Bom dia Cherry,

    Concordo com todas estas lições. Também gostei muito da minha praxe, aprendi muito e foi essencial para a minha integração.

    Beijinho

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  4. Apesar de ter andado apenas umas 3 semanas na praxe e depois ter desistido, é certo que tirei alguns dos ensinamentos que aqui apresentaste. Mas também tenho a dizer que, dada a praxe que tive, também aprendi outras tantas coisas que me fizeram desistir dela.. mas não é por isso que me assumo anti-praxe.

    http://cidadadomundodesconhecido.blogspot.pt/

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    1. As praxes são diferentes de faculdade para faculdade, há umas experiências melhores e outras piores, mas há sempre algo que se pode aprender com isso, e ainda bem que pudeste retirar lições da mesma :).

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  5. Concodo profundamente. Eu passei pela praxe e lembro-me desses tempos com imenso carinho e nostálgia.

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  6. Sou finalista e posso dizer que concordo plenamente com todo o post! Também aprendi tudo isto na praxe :)

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  7. Cherry gostei muito deste post. Atualmente estou a estudar para o ano que vem me puder candidatar à universidade e saber este tipo de coisa acalma um coração de uma futura caloira ( espero eu). Cá eu já sei que grande parte do que passam na tv é exagero ou blasfémias. Se estou ansiosa por ir para a universidade , claro que estou. E sim vou querer experimentar a praxe porque acho que devemos experimentar pelo menos para saber se gostamos ou não, como as comidas :)
    ps: Não devia dizer isto por ser ainda uma ideia em ponderação mas estou muito interessada no curso que estás a tirar :P

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    1. Obrigada :).
      Não tens de preocupar, se gostares continuas, se não gostares sais, simples. Tal como já reparaste, a televisão e os outros meios de comunicação exageram.
      Ainda tens tempo para decidir o teu curso, mas se gostares de Enfermagem, acho que deve ser isso que deves seguir :). Acima de tudo, tens é que gostar muito do curso, porque é muito exigente, não só a nível de estudo, como a nível físico e emocional. Mas se gostares, tudo se consegue :).

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  8. Mesmo... concordo com tudo e é pena que essa tradição se esteja a perder...

    Beijinhos,
    O meu reino da noite ~ facebook ~ bloglovin'

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