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4.4.16

O conceito de " fazer anos" à medida que crescemos


Quando era mais nova, adorava fazer anos. Era o único dia do ano em que eu podia ser o centro das atenções ( quando era criança gostava disso, mas agora não gosto, prefiro a minha privacidade e sossego), receber prendas e fazer uma grande festa com a minha família e amigos.

Mas mais do que isto, para mim, cada aniversário significava uma nova etapa, como se a vida fosse um jogo e cada aniversário fosse mais um nível desbloqueado, em que existiam novas recompensas e privilégios: aos 6 anos tive uma bicicleta , aos 12 anos podia almoçar com os amigos, aos 15 podia passar uma tarde com as minhas amigas no centro comercial, aos 16 anos podia sair à noite... Portanto, quando era mais nova, cada aniversário significava um recomeço, uma esperança renovada, novos privilégios.

Agora que cresci, sei que não é bem assim. Como sempre tive pais protetores ( por vezes demais), nunca obtive os privilégios que eram suposto ser obtidos numa certa idade ( por exemplo, só aos 17 comecei a sair à noite e só podia ser até à 0 h/ 1h da manhã). Comecei a perceber que o número em si não significava nada, não significava mudança nenhuma a não ser que eu fizesse por isso ou que alguém mo permitisse.

Quando somos novos, os aniversários têm sempre algo de mágico. Quando crescemos, a maior parte dessa magia perde-se, temos que ser nós a esforçarmo-nos para que ela aconteça.

Em criança, as pessoas diziam-me sempre: " Tu gostas de fazer anos mas é agora, porque quando fizeres 18 anos já não vais gostar..." Por muito que me custe dizer isto ( ao dizer isto estarei a magoar o meu " eu" criança) estas pessoas tinham razão, no entanto apenas em parte.

Daqui a menos de um mês faço 19 anos, mas parte de mim não os quer fazer. Sem querer ofender as pessoas ( muito) mais velhas que eu, eu já me sinto velha com 18 anos. Muitas vezes, dou por mim a dizer " No meu tempo, isto não era nada assim..." quando vejo crianças de 10 anos a fazer certas coisas. Dou por mim a ter saudades de certas alturas da minha vida, de certos momentos que sei que nunca mais voltarei a viver. Perdoem-me o palavrão mas, às vezes, crescer é  fodido. O que mais me desagrada nestas coisas dos aniversários é saber que já não estou a ir para nova, que um dia vou perder a minha juventude, ganhar cabelos brancos e rugas e falar e fazer as coisas chatas que os adultos fazem.

Do que leram até agora, devem pensar que odeio fazer anos. Já odiei, quando estava a meses de fazer 18 anos. Porém, agora, estou a começar a compreender o seu verdadeiro significado. Fazer anos não significa receber prendas, conquistar novos privilégios ou apenas um dia para ser o centro das atenções. Fazer anos significa que ultrapassamos mais um ano com muitas batalhas, vitórias e derrotas, bons e maus momentos e, acima de tudo e se Deus quiser, mais um ano com aqueles que amamos. E isso sim, é que são bons motivos para continuar a celebrar aniversários.

18 comentários:

  1. Compreendo-te perfeitamente! Sempre adorei fazer anos, era o meu dia. Agora, que estou quase a fazer 23, já encaro o meu aniversário de maneira diferente.

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    1. Eu agora já não adoro fazer anos, mas vejo-os da maneira que referi no último parágrafo do post :).

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  2. sendo eu, Noelle, a eterna nostálgica, adorei este post e identifiquei-me imenso com o que disseste. os meus pais também nunca me permitiram grandes mudanças à medida que ia atingindo certas idades e, ao ler o teu post, percebi que não podias ter mais razão: eu é que também nunca fiz muito por isso. e quando fiz, houveram mudanças.
    eu pessoalmente adoro fazer anos, porque adoro ser o centro das atenções e receber prendas xD mas ultimamente fazer anos tem-se tornado uma espécie de ampulheta em que, a cada ano que passa, estamos mais velhos e mais perto de certas coisas que nem imaginamos possíveis agora, como ter rugas ou problemas de ossos xb
    beijinhos, Noelle :) http://supergirlinconverse.blogspot.pt/

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    1. Oh obrigada :). Pois, eu também tenho essa sensação, mas é uma questão de perspetiva, temos que ver os aniversários como mais um ano cheio de memórias e experiências.

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  3. Sinto o mesmo :p Eu sempre quis fazer os 18. Só queria chegar aos 18 anos, porque a partir daí podia existir em pleno direito (votar). Desde os 18 que fazer anos é um sacrifício. Vá, os 20 não me custaram, mas daí para a frente não os tenho desejado. Muitas vezes sinto que não estou preparada para «ficar mais próxima dos 30» - e no entanto a idade vai aumentando, aumentando... enfim!

    Aonde (não) estou

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    1. A partir dos 18 o tempo passa tão depressa, não é? Mas tenho a certeza que quando chegares aos 30, vai ser uma idade igualmente espetacular e com muitas memórias :).

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  4. A isso chama-se crescer, não envelhecer :)
    Não conhecia o teu blog e esta publicação foi a primeira que li. Gostei bastante e compreendo muito bem o que estás a passar. Mas não penses que tudo piora à medida que os anos passam. Todas as idades têm bons e menos bons momentos. Uns servem para aproveitar e os outros para aprender. Não vai ser tudo mau :)
    Fala a experiência de 45 anos ;)
    Beijinho
    Marta
    http://pitinhosdamarta.blogspot.pt/

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    1. Lá isso é verdade, estamos sempre a crescer, mas às vezes parece que é mais envelhecer...
      Obrigada pelos conselhos. Quero acreditar quem sim, que não vai ser tudo mau :).

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  5. Quanto mais crescemos a magia vai desaparecendo e não é apenas nos aniversários e temos mesmo que nos esforçar para que tal aconteça...
    Eu nunca gostei de ser o centro das atenções como tu!
    Para já não posso falar muito pois sou nova mas até eu já digo que no meu tempo não era assim e nem 18 anos tenho..
    Beijinhos
    Cantinho da tequis
    Facebook Cantinho da tequis

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    1. Ahahah, eu também antes dos 18 já dizia isso, mas agora comecei a dizer mais frequentemente...

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  6. Quando eramos mais novos era giro fazer anos por causa de recebermos prendas e ter a atenção toda, agora sinceramente eu já não ligo muito.

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    1. Pois, quando eramos mais novos tinha mais piada, mas agora também é possível, temos é que nos esforçar mais :).

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  7. Compreendo tudo o que expressaste no texto, contudo, já há muitos anos que encaro o passar deles com uma perspectiva diferente da normal. Sempre o vi como mais um ano de sabedoria, de vivências, de oportunidades... Quando digo «por mim ficava nos 18», refiro-me apenas ao que vivi durante este período. Esta frase, para mim, tem o mesmo significado que «Vivia este verão de maneira igual repetidamente se pudesse».
    Hoje a minha mãe faz 50 anos e toda a gente lhe diz «Podes sempre dizer que já não fazes mais anos, que ficas na casa dos 40 eternamente». Porém, eu digo-lhe sempre «Mãe, 50 anos de experiência, dos quais 19 passaste a transmitir-ma, 50 anos de momentos, o número nada diz de ti, aliás, se os anos fossem contados de outra forma, podias ter apenas 10... Não ligues ao número!»
    E é mesmo isto que eu acho :)

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    1. No final do post, eu escrevi esse mesmo pensamento :).
      Eu digo muitas vezes que gostava de ter para sempre 18 anos, não pela idade em si, porque agora ainda não tenho emprego nem a minha independência, mas para ficar jovem para sempre. É mais nesse sentido :).
      Mas concordo com aquilo que disseste, todas as idades são uma oportunidade para crescer, aprender com experiências anteriores e ganhar novas.

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  8. Fiz anos à uma semana atrás e não foi nada de magico como costumava ser. talvez a magia se vá perdendo...não sei!

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    1. Não sei, eu acho que com o tempo temos é que nos esforçar mais para que essa magia aconteça, mas não quer dizer que não aconteça.

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  9. Eu não me identifico com esta perspetiva. Eu adoro fazer anos, adoro ter o meu dia e acho que tem sempre algo de mágico, usando a tua expressão. Talvez porque nunca associei o número de velas a maior liberdade ou possibilidade de concretizar objetivos... Também me diziam que ia deixar de gostar de fazer anos com o passar do tempo e isso nunca aconteceu. Continuo a adorar!

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    1. Não sei, também depende de pessoa para pessoa, pelo que me disseste nunca os encaraste da mesma maneira que eu. Não odeio fazer anos, mas também não adoro, gosto simplesmente. Estou a tentar reaprender a adorar fazer anos :).

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